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Câmara debate déficit de vagas nas creches da rede pública municipal

Construção de Termo de Ajustamento de Conduta foi sugestão para solucionar problema

Data de publicação: 22/05/2024 22:00 | Categoria: Institucional | Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira


Câmara debate déficit de vagas nas creches da rede pública municipal
Câmara debate déficit de vagas nas creches da rede pública municipal

Debater o déficit de vagas em creches da rede pública municipal, esse foi o objetivo da audiência pública realizada na Câmara Municipal de Limeira nesta quarta-feira, 22 de maio. Conforme informado pelos participantes da reunião, atualmente o município tem 1.100 crianças na lista de espera.  A construção de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi uma sugestão para buscar solucionar o problema. Os trabalhos foram transmitidos ao vivo, o vídeo na íntegra pode ser conferido neste link, um resumo com as principais informações foi registrado em ata.

Organizado pela Comissão de Educação e Cultura, o evento contou com a presença dos membros do colegiado, Elias Barbosa (PRTB), presidente; José Farid Zaine (PL), vice-presidente; e Waguinho da Santa Luzia (PP), secretário; do presidente da Câmara, Everton Ferreira (PSD); do secretário municipal de Educação, André Luis de Francesco; e dos representantes do Ministério Público (MP), André Laranjeiras, promotor de justiça; da Defensoria Pública, Mariana Chaib; de escolas que prestam serviço para o programa Bolsa Creche, Gislaine Cristina Januário da Silva; do Conselho Tutelar, Ludma Oliveira; do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Erika Monteiro; e do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Limeira (Sindsel), Juliana Marin. Também acompanharam a audiência os vereadores Ceará (Republicanos), Mariana Calsa (MDB), Jorge de Freitas (PRD), Marcos Xavier (PP), Constância Félix (Agir), João Antunes Bano (SD) e Betinho Neves (MDB).

A audiência

O secretário de Educação, André Luis de Francesco, foi o primeiro a falar, ele fez um panorama geral da demanda e da disponibilização de vagas nas creches desde 2007 até 2024. O titular da pasta destacou que por compreender uma faixa etária em que não é obrigatória a frequência escolar, é preciso a demanda manifesta para a realização de um planejamento de disponibilização de vagas, e também é necessário tempo entre o credenciamento e a disponibilização de vagas. “O planejamento, que é feito durante o ano, é para que a ocupação instalada que temos da nossa rede municipal, especialmente em creche, seja otimizada e bem utilizada”, explicou.

Em seguida, o representante do MP falou que a falta de vagas em creches é um problema crônico de Limeira. Ele rememorou a problemática citando uma ação judicial contra o município datada de 2010, com ajuizamento de cumprimento de sentença proferida em 2014. “Com base naquela decisão de quase 15 anos atrás, é possível pleitear a vaga individual na justiça ainda hoje”, alertou André Laranjeiras.

Mariana Chaib discorreu sobre a atuação da Defensoria Pública para auxiliar famílias a conseguir, de forma judicial, a garantia do direito de ter acesso às vagas nas creches do município, por meio da sentença proferida em 2014. Ela pontuou que o número de ações judiciais está aumentando exponencialmente e fez uma observação: “Nós não temos dificuldade de fazer a Prefeitura cumprir a sentença, a vaga sempre é disponibilizada. Por que eu preciso ajuizar uma ação, movimentar uma série de órgãos para obter uma vaga que existe?”. 

Representando as instituições que atendem o programa Bolsa Creche, Gislaine Cristina apresentou o projeto, que é uma parceria entre as escolas e o município. Ela falou sobre os valores mensais que são pagos pela Prefeitura para as escolas por criança atendida (R$690,00, equivalente a R$23,30 por dia), e ressaltou que há vagas em muitas unidades, mas que a resposta dada pelo Executivo é que não há demanda na região. “Nós queremos, pedimos para sermos parceiros, para educar crianças, para colocá-las na escola”, reforçou.

As representantes da Apeoesp, Erika Monteiro, e do Sindsel, Juliana Marin, falaram da importância da educação infantil, na qual acontece o primeiro contato da criança com o mundo da educação, e da falta de planejamento da Secretaria de Educação para o fornecimento das vagas. “A visão que se tem é que se trata a educação como gasto e não como investimento. Tá na Constituição: É direito da criança a creche, a escola. Não é gasto, é investimento e é direito”, enfatizou Erika Monteiro. 

Encerrando a participação dos convidados, Ludma Oliveira, representante do Conselho Tutelar, falou sobre a dificuldade dos pais que procuram o órgão por terem negadas as solicitações de vagas, ou pela oferta ser em escola muito distante da residência das famílias e impossibilitar o ingresso das crianças, e também da dificuldade do Conselho em fazer cumprir o direito dessas famílias.

Após a manifestação dos convidados, os vereadores e o público tiveram a oportunidade de fazer questionamentos, as falas e respostas podem ser conferidas na íntegra neste link.

Os representantes do MP e da Defensoria Pública propuseram a construção de um TAC, a ser cumprido pela Prefeitura, para buscar solucionar o problema do déficit de vagas, e se colocaram à disposição da Secretaria de Educação para construir em conjunto um planejamento estratégico, levando em consideração as questões orçamentárias e práticas para executá-lo.

Concluindo o evento, o presidente da Comissão, Elias Barbosa, agradeceu a todos que participaram da audiência no intuito de buscar uma solução. “Agradeço a todos que fizeram com que esse debate acontecesse com grandeza e que tivesse, de certa forma, um direcionamento, quando  o MP, a Defensoria e a Secretaria se propõem a conversar para achar um planejamento para a resolução destas crianças que necessitam da creche”. 

A Comissão

A Comissão de Educação e Cultura é responsável por apreciar proposições legislativas relativas à educação, ao ensino, aos convênios escolares, às artes, ao patrimônio histórico, à comunicação e à ciência e tecnologia, bem como fiscalizar ações nas áreas de educação e cultura do município. 

Fazem parte do colegiado os vereadores Elias Barbosa (PRTB), presidente; José Farid Zaine (PL), vice-presidente; e Waguinho da Santa Luzia (PP), secretário.