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Em defesa da inclusão de autistas no ensino e na saúde, Procuradoria da Mulher promove debate

Evento na Câmara abordou direitos, perspectivas e desafios 

Data de publicação: 29/09/2023 20:00 | Categoria: Institucional | Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira


  • Em defesa da inclusão de autistas no ensino e na saúde, Procuradoria da Mulher promove debate

    Em defesa da inclusão de autistas no ensino e na saúde, Procuradoria da Mulher promove debate

  • Fórum foi organizado pela Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal de Limeira

    Fórum foi organizado pela Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal de Limeira

  • Deputada estadual Andréa Werner descreveu a luta por famílias que têm direitos negados

    Deputada estadual Andréa Werner descreveu a luta por famílias que têm direitos negados

  • Camila Varella citou normas que dão aos operadores do Direito margem para fazer valer algumas garantias

    Camila Varella citou normas que dão aos operadores do Direito margem para fazer valer algumas garantias

    Pela Inclusão de Autistas no Ensino e na Saúde. Esse foi o tema de fórum realizado pela Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal de Limeira, nesta sexta-feira, 29 de setembro. Os assuntos foram abordados pela procuradora Especial da Mulher, vereadora Mariana Calsa (PL), pela deputada estadual Andréa Werner (PSB), mulher autista, mãe atípica e ativista pelos direitos de Pessoas com Deficiência, e por Camilla Varella, mestre em Direito pela USP, advogada especialista em Direito das Pessoas com Deficiência, professora e escritora.

    A agenda foi organizada pela Procuradoria e teve o apoio do mandato da deputada estadual Andréa Werner. O órgão especial da Câmara de Limeira é formado pelas vereadoras Mariana Calsa; Tatiane Lopes (Podemos), primeira-procuradora adjunta; e Terezinha da Santa Casa (PL), segunda-procuradora adjunta. 

    No público, além dos vereadores Jorge de Freitas (PSD) e Betinho Neves (PV) e demais autoridades, estavam presentes famílias atípicas, ativistas, pessoas interessadas no tema e profissionais da saúde e educação. Todos foram incentivados a refletirem sobre os números estaduais e locais de atendimentos, a partir de uma perspectiva da causa, e abordagem de temas urgentes e necessários, como o diagnóstico e intervenção adequada na saúde pública, a inclusão escolar e o desafio na educação.   

    O presidente Everton Ferreira (PSD) participou da mesa de abertura e discursou em nome do Legislativo, dando as boas-vindas aos participantes. “Temos uma Procuradoria disposta a construir políticas públicas perenes e saudáveis para o município”, declarou o vereador.

    Quem não participou presencialmente conseguiu prestigiar o fórum de forma virtual, por meio da transmissão ao vivo no Youtube, no canal do Legislativo. Para conferir o vídeo das palestras e discussões na íntegra acesse o link

    Debate

    A procuradora Especial da Mulher, vereadora Mariana Calsa (PL), abriu o evento e explicou o motivo de o órgão da Câmara ter promovido o Fórum. " Como vocês podem ver mais de 90% das pessoas presentes aqui neste Plenário e inscritas para esse evento são mulheres. A Procuradoria da Mulher existe para defender e garantir direitos das mulheres, não só quando falamos de violência contra a mulher, mas quando falamos de pessoas com deficiência, de autismo. Muitas vezes, é a mulher que cuida dos filhos e lida com isso no dia a dia, por isso estamos intervindo e buscando acolher”, descreveu.

    A parlamentar fez um alerta sobre os dados da educação em Limeira. “Desde 2019, houve um aumento de 341% de crianças com TEA. Em paralelo, o número de professores especializados cresceu 72%. A gente percebe que há um descompasso. O que isso quer dizer? Eu não sei responder, mas posso dizer que nós sentimos também a dificuldade dos educadores nas escolas e a aflição das mães que veem seus filhos desassistidos”, sinalizou.  

    Primeira a palestrar, a deputada estadual Andréa Werner descreveu a realidade de famílias de diferentes regiões do estado que têm matrículas do filho negadas por ser autista, apontando que as mães de filhos com doenças raras passam pela mesma situação; falou ainda de escolas que se recusam a dar o material de apoio e de professores que estão no final de toda uma cadeia, mas também estão sendo prejudicados. “Inclusão não é um pedido de favor; é um direito previsto e é o mínimo a ser garantido”, defendeu. 

    A deputada destacou que não só na educação, mas na saúde os problemas se repetem. “Em hospitais, faltam especialistas e vemos impactos reais de filas com gente esperando atendimento há mais de um ano. Nós sabemos o quanto isso impacta o desenvolvimento do autista. Vemos famílias reféns das empresas de plano de saúde, que recusam reembolso ou cancelam contratos”, comentou. Andréa Werner fez um desabafo: “Nenhuma mãe precisaria ser guerreira se o remédio de alto custo estivesse disponível. A gente não quer ser guerreira, queremos que nossos direitos sejam garantidos.”

    A segunda palestrante, Camila Varella, citou algumas normas que dão aos operadores do Direito margem para fazer valer algumas garantias previstas, como a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2006, disponível neste link. Mencionou a Lei Nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e a Lei Nº 13.146/2015, o chamado Estatuto da Pessoa com Deficiência.

    A advogada compartilhou a experiência como mãe de autista e propôs uma reflexão sobre a criação de políticas públicas. “Temos que ter consciência de que política pública não vai gerar nenhuma solução definitiva, mas é possível melhorar a qualidade de vida do indivíduo e da família.  Vessa melhorar será no sentido vertiginoso, sempre para cima? Não, vai ter altos e baixos, mas temos que ter consciência como sociedade que devemos apoiar quem cuida”, defendeu, Camila Varella e fez um apelo: “Não importa qual ideologia seja usada, nós precisamos de solução”.