A Câmara Municipal de Limeira, por meio da Procuradoria Especial da Mulher, divulgou nesta quinta-feira, 22 de dezembro, uma nota de solidariedade emitida pela Procuradoria da Mulher do Senado direcionada às vereadoras Mariana Silva Calsa (PL), Isabelly Maria de Carvalho (PT) e Tatiane Lopes (Podemos). O texto, divulgado no site do Senado, segue na íntegra abaixo.

NOTA DE SOLIDARIEDADE

A Procuradoria da Mulher do Senado, no exercício de sua atribuição de zelar pelos direitos das mulheres, manifesta sua solidariedade às vereadoras Mariana Silva Calsa (PL), Isabelly Maria de Carvalho (PT) e Tatiane Lopes (Podemos), do município de Limeira (SP), que têm sido vítimas de violência política de gênero.

De acordo com matéria publicada pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo (20/12), as vereadoras têm sido atacadas desde que foram eleitas para a Mesa Diretora ao lado do vereador Everton Ferreira (PSD), que presidirá a Câmara Municipal de Limeira entre 2023 e 2024.

Um vídeo que circula na internet mostra o grau de agressividade de populares cujo ânimo tem sido acirrado contra as vereadoras, num momento em que toda a população do município de Limeira tem motivos de se orgulhar por ter três vereadoras integrando a Mesa Diretora.

No ano em que comemoramos os 90 anos da conquista do direito de votar e do direito a sermos votadas, o episódio causa pasmo e chega até a ser “didático” sobre o quanto precisamos caminhar, já que a agressão atinge vereadoras situadas em todo o nosso espectro político e ideológico, como se vê pela sigla dos  partidos das mesmas (PL, Podemos, PT).

Não desanimemos, todavia, vereadoras de Limeiras e mulheres de todo o Brasil que aspiram a entrar na política, pois o episódio é educativo também para mostrar nossa força: uma das vereadoras agredidas, a vereadora Mariana Silva Calsa, procuradora da Mulher de Limeira, denunciou a violência política à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), cuja procuradora da Mulher oficiou o município de Limeira.

Graças a esta articulação, o município está obrigado a apurar as denúncias – inclusive de presença de pessoa armada – e a identificar e devidamente acusar as pessoas que protagonizaram, coadjuvaram ou ficaram nos bastidores dessa espécie de “performance de ódio” que deseja semear aversão a mulheres que cometeram o “pecado” – na falta de melhor palavra – de querer exercer plenamente seus direitos políticos.

Reiteramos às vereadoras Mariana Silva Calsa, Isabelly Maria de Carvalho e Tatiane Lopes nossa solidariedade, nosso apoio e nossa atenção.

Leila Barros

Procuradora Especial da Mulher do Senado