Parlamentar defende representatividade política de mulheres e de jovens
A vereadora Mariana Calsa (PL) participou de uma aula em colégio particular de Limeira sobre a conquista do voto feminino no Brasil que completou 90 anos nesta quinta-feira, 24 de fevereiro. O evento reuniu 50 estudantes de escolas públicas e particulares de Limeira. Além da vereadora, participaram a deputada Tabata Amaral (PSB), a professora de história Rita Salmaso e a professora de redação Mara Ré.
Mariana Calsa, que também ocupa o cargo de procuradora especial da Mulher, destacou que apesar do direito ao voto, o número de mulheres eleitas nas câmaras ainda é muito inferior em relação aos homens. "Das 24 cidades que formam a nossa região, apenas 17% das cadeiras são ocupadas por mulheres. Esse número é muito baixo considerando que nós somos a maioria da população e do eleitorado", destacou. Outro ponto citado foi a importância da participação dos jovens nas eleições. Segundo a vereadora, 60% dos eleitores com 16 anos são mulheres, mas o número total de adolescentes poderia ser melhor. "Em Limeira, 164 pessoas com 16 anos tiraram o título de eleitor. Já os que têm 17 anos somam 577. Nessa idade o voto não é obrigatório, mas é muito importante para melhorar a cidade e transformar o nosso País", reforçou Mariana.
Tabata Amaral também reforçou a necessidade da participação das mulheres, principalmente das mais jovens na política. "A gente corre o risco dessa eleição ter a menor participação dos jovens na história. O Brasil aguenta isso? Depois da pandemia e dos efeitos das mudanças climáticas a gente vai se ausentar desse debate? Isso está errado. Tem que tirar o título, tem que se importar e tem que ocupar a política", pontuou a deputada. "Muito da minha luta nos últimos anos é a luta por mais mulheres na política. Estudos científicos mostram que com mais mulheres na política meninas voltam a sonhar", ressaltou.
Para Mara Ré, a reflexão sobre a conquista do voto feminino é um dos temas que podem ser cobrados nos principais vestibulares. "Os alunos devem pensar e estudar temas relacionados à importância das mulheres na política e a sua representatividade. Também devem refletir o quanto o voto feminino é imprescindível para o sistema democrático, sempre em busca de uma sociedade mais justa", compartilhou a professora de redação. "A escola ser espaço de diálogo é essencial para desenvolver o senso crítico e desconstruir preconceitos ainda existentes na sociedade", concluiu.
90 anos
O direito ao voto feminino foi conquistado no dia 24 de fevereiro de 1932 com a criação do primeiro Código Eleitoral. Na América Latina, o Brasil foi o primeiro país a declarar o voto feminino, mas, segundo a professora Rita Salmaso, mais de cem anos depois de outros países como Nova Zelândia e Finlândia. "Tendo em vista o nível de desenvolvimento econômico e social destes países, podemos considerar que a participação da mulher na política foi e é muito relevante para os resultados desses índices. Vale ressaltar que nesta análise não cabe uma regra, já que na Suíça, um país bastante desenvolvido, as mulheres acessaram esse direito somente em 1971", disse. "Países em que os índices de desenvolvimento ainda permeiam entre os mais baixos, não permitem o voto feminino ou homologaram este direito há bem menos tempo que no Brasil, como é o caso da África do Sul, em 1993, e Arábia Saudita, em 2011", completou a educadora.
*Informações do Gabinete Parlamentar
**Fotos: Matheus De Nadai disponibilizadas ao Gabinete Parlamentar