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Diminuição da fecundidade vai trazer graves consequências e mudanças na sociedade, afirma vereador

Para Everton Ferreira, as pessoas poderão se tornar mais frias e solitárias

Data de publicação: 16/12/2021 17:00 | Categoria: Do Gabinete | Fonte: Do Gabinete Parlamentar


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    Diminuição da fecundidade vai trazer graves consequências e mudanças na sociedade, afirma vereador

  • Tabela: Taxa de Fecundidade Total = TFT

    Tabela: Taxa de Fecundidade Total = TFT

    O vereador Everton Ferreira (PSD) realizou nesta quinta-feira, 16 de dezembro, um levantamento sobre as projeções que estão acelerando o envelhecimento dos brasileiros até 2100. De acordo com o parlamentar, a pesquisa vai  embasar  projetos de lei que proporcionem um envelhecimento mais humano e saudável possível.

    Everton encontrou uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), publicada pela Agência Brasil no dia 1º de outubro, que demonstrou que, dos mais de 211 milhões de brasileiros, 37,7 milhões são pessoas idosas, ou seja, 18% da população tem 60 anos ou mais.

    O parlamentar também encontrou uma publicação (revista de saúde pública “Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira”) que indica que o grupo etário com 60 anos ou mais é o que proporcionalmente mais cresce da população brasileira. O texto apontou, ainda, que de 1980 a 2000 o crescimento desta faixa etária foi de 107%, enquanto que a população com menos de 15 anos cresceu apenas 14%.

    Outra pesquisa consultada pelo vereador foi divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisa as tendências e projeções estatísticas quanto ao crescimento populacional. “As taxas de crescimento estimam que a população brasileira apresentará um crescimento negativo a partir de 2050, com expectativa de chegar a 177,9 milhões de pessoas”, descreveu a publicação, sugerindo um possível cenário.

    De acordo com o estudo divulgado pelo Ipea, no ano de 2100 a população encolherá ainda mais, indo para 156 milhões de pessoas no país, a proporção da população idosa sairá de 18% para 40%. Já a população adolescente, com menos de 15 anos, de 25% cairá para 9%. “A população brasileira diminuirá, enquanto o percentual de idosos aumentará e muito”, concluiu Everton.

    A pesquisa também fez apontamentos sobre a classificação por sexo no crescimento da população idosa no país e indicou a tendência de que o sexo feminino tenha mais representatividade no tamanho populacional, sendo a maior proporção entre a população idosa.

    Ao contrário do que muitos pensam, descobriu o vereador, o envelhecimento populacional é resultado do declínio da taxa de fecundidade total (TFT), ou seja, do número médio de filhos que uma mulher tem durante o período reprodutivo, e não especificamente do declínio da taxa de mortalidade.

    O estudo publicado pelo Ipea apontou que, entre 2020 e 2100, é esperado que o nível de fecundidade do país  diminua de 1,76 filho por mulher para 1,6, caminhando para o nível mais baixo da história de fecundidade do Brasil. Outro cenário apresentado pela pesquisa é de que, com a postergação dos nascimentos e a baixa recuperação da fecundidade adiada, o nível de fecundidade chegue a 1,27 filho por mulher.

    Nota-se, segundo a pesquisa, uma diminuição de fecundidade entre as mulheres de 15 a 24 anos, e uma possível estabilidade de fecundidade entre as mulheres de 25 a 34 anos, com um pequeno crescimento em relação a décadas anteriores. Visto que as mulheres estão postergando cada vez mais a sua fecundidade, por esse motivo haverá um aumento de TFT na faixa etária de 35 a 44 anos.

    “Acredito que, com o envelhecimento da população brasileira, haverá problemas como a falta de jovens no mercado de trabalho e elevação do custo de mão de obra, gerando problemas econômicos e maior intervenção estatal, maior necessidade das tecnologias, e, com isso, uma diminuição do nosso senso de humanidade, com a diminuição do afeto e de interações humanas reais, bem como aumento de doenças psicossomáticas. As pessoas serão mais solitárias mesmo com plataformas compartilhadas, mais frias umas com as outras, um mundo sem crianças, com menos cores reais e com mais tons cinzentos”, avaliou.

    O parlamentar também acredita que teremos um mundo “metaverso” e doente, mesmo que colorido e com mais saúde, fazendo referência às tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, que permitirão que as pessoas viajem sem se deslocarem e que tenham interações sociais com inteligências virtuais, no lugar de pessoas reais.

    Everton pretende utilizar a pesquisa para aprofundar o tema e embasar  projetos de lei que proporcionem um envelhecimento mais humano e saudável possível. ”Precisamos nos mover no tempo através de políticas públicas acerca dessa possibilidade futura”, ressaltou.

    *Informações do Gabinete Parlamentar

    **Foto do Gabinete Parlamentar