Vereadores conheceram as etapas de como a água é tratada em Limeira pela BRK
A Comissão de Assuntos Relevantes (CAR) que analisa os serviços prestados pela concessionária BRK Ambiental e pela agência reguladora ARES-PCJ esteve na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Parque Hipólito, nesta sexta-feira, 10 de dezembro. A ação faz parte do cronograma de visitas do colegiado. Os vereadores também apuraram denúncia de moradores que reclamaram de despejo de água com mau odor feito pela empresa no bairro.
Participaram da diligência os vereadores Ceará (Republicanos), presidente da Comissão; Lu Bogo (PL), vice-presidente; e Helder do Táxi (MDB), relator. Eles foram recebidos pela equipe da concessionária: Rogério Lima, gerente de Operações; Erick Krambeck, coordenador de Operações de Água; Vanessa Ramos, Relações Institucionais e Governamentais; Vinicius Pertile, supervisor de Administração Contratual; e Daniel Lucas Makino, coordenador Regional de Operações.
Conforme apresentado no começo da visita pela empresa, 100% do município de Limeira é atendido com água tratada e coleta e tratamento de esgoto. E para garantir a água potável à população, os representantes da BRK explicaram que, além do tratamento, são seguidos critérios de avaliação, controle e monitoramento da qualidade do recurso distribuído para consumo humano.
O coordenador de Operações de Água falou da importância da presença do cloro no tratamento de água para eliminação de riscos à saúde dos munícipes. Segundo Erick Krambeck, na ETA visitada também é feito o ajuste de flúor e de pH (medição do grau de acidez, alcalinidade ou neutralidade do líquido). Os vereadores conheceram ainda como funciona o processo de decantação, para remoção de impurezas, e de filtragem, que remove partículas residuais da água.
Erick Krambeck explicou aos parlamentares que são realizadas 7 mil análises por mês em diferentes pontos da cidade, para atestar a potabilidade e padrões de segurança à saúde do produto. O trabalho tem suporte de um laboratório móvel da BRK. “A água também é analisada pela Vigilância Sanitária e pela agência reguladora ARES-PCJ”, mencionou.
O vereador Ceará comentou o quanto é importante buscar esclarecimentos como os fornecidos a partir da diligência. “O conhecimento liberta qualquer cidadão das dúvidas. Eu não conhecia esse processo de como a água é tratada e isso é algo que a população também não conhece. Muitos pensam que é só abrir a torneira e usar a água. No entanto, por trás disso, há todo um trabalho de cuidado para tornar esse recurso potável e que chegue com qualidade”, considerou.
Durante a visita, a Comissão conferiu o trabalho no Centro de Telecontrole da ETA, onde é monitorada em tempo real a operação de reservatórios de estações de bombeamento da cidade. Essa atividade é realizada 24 horas por dia. A finalidade da sala, segundo a concessionária, é identificar qualquer anormalidade na produção de água.
Despejo e mau odor
Em agosto deste ano, a ETA do Parque Hipólito foi alvo de Indicação Nº 2366/2021, de autoria de Helder do Táxi. No documento, o parlamentar descreveu denúncia de moradores do bairro acerca de despejo de água feito pela empresa BRK, na Rua Miguel Coimbra Sobrinho, no entorno da estação de tratamento. Além do volume despejado, foi denunciado que a água apresentava forte odor e espuma, o que levou os munícipes a temerem que houvesse risco de contaminação.
Na diligência, os vereadores pediram esclarecimento aos representantes da BRK. E, assim como respondido à indicação, eles explicaram que o despejo foi resultado de ajustes operacionais por conta da ativação da Estação de Tratamento do Lodo da ETA – inaugurada em 2020.
A equipe da concessionária tranquilizou que a ocorrência foi transitória e não ofereceu risco à saúde dos munícipes. “A água descartada, apesar de não ser potável, faz parte do processo de tratamento da ETA, sendo o excedente das etapas de decantação e filtração, a qual inclusive já contém uma dosagem requerida de cloro. A espuma citada por moradores é a mesma que pode ser evidenciada nos tanques do processo de tratamento da Estação de Tratamento de Água, a qual não faz mal à saúde”, respondeu a BRK.
Também foi destacado pela concessionária que “o processo de tratamento de água ou do lodo não guarda qualquer relação com efluentes/esgotos sanitários”. Em relação ao lodo final separado da água no tratamento, foi informado que o material passa por processo de secagem, antes de ser destinado ao aterro sanitário, conforme previsto pela legislação.
O vereador Helder do Táxi demonstrou estar satisfeito com o entendimento construído com a BRK. “Os moradores reclamaram do vazamento e do mau odor. Nessa visita, voltamos a falar do assunto e ficou esclarecido que o que ocorreu foi em um período pontual de adaptação. Também voltei a falar com os munícipes e fui informado que a situação foi resolvida”, citou. O parlamentar complementou que a diligência estava prevista no cronograma definido pelo colegiado. Informou também que novas visitas podem ser agendadas às unidades, se surgirem demandas.
Comissão
A CAR referente aos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto sanitário prestados pela concessionária BRK Ambiental, bem como da fiscalização prestada pela Agência Reguladora ARES-PCJ, foi criada por meio da Resolução Nº 791/2021, aprovada na sessão ordinária de 15 de fevereiro, por iniciativa do vereador Ceará.
Dentre os objetivos do colegiado estão a coleta de dados e informações sobre os serviços prestados à população, cumprimento das leis municipais e das resoluções, como medidas de transparência, tanto pela concessionária dos serviços quanto pela ARES-PCJ; adoção de providências no sentido de acompanhar, sugerir, discutir e elaborar propostas para que as entidades atendam aos anseios da população e a requisição de documentos e relatórios de fiscalização, para análise e acompanhamento.