Segundo vereador, equipamentos colocam profissionais de saúde em risco
Nesta quarta-feira, 8 de julho, o vereador Clayton Silva (PTC), durante transmissão em rede social, denunciou a qualidade das máscaras cirúrgicas compradas pela Prefeitura Municipal para distribuição e proteção dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao Covid-19.
O vereador disse ter recebido, no seu gabinete, diversos relatos de profissionais de saúde há algumas semanas, o que o motivou a protocolar o Requerimento n° 205/20, solicitando informações ao Poder Executivo sobre os equipamentos de proteção. Ele afirmou também ter constatado que a empresa contratada para confecção das máscaras “não possuía especialização na produção de equipamentos de proteção, mas sim se tratava de uma confecção de moda fitness”.
Em consulta aos dados cadastrais da empresa, Clayton chamou a atenção para o fato de ter identificado que o capital declarado era de R$ 5 mil. “Isso me causou espanto, pois a mesma empresa seria responsável por confeccionar 100 mil unidades a um valor de R$ 300 mil”, apontou.
Após ter protocolado o requerimento, e enquanto aguardava o trâmite de leitura e encaminhamento do documento na Câmara, o vereador informou que a situação denunciada se tornou mais crítica quando teve acesso a alguns exemplares das máscaras e verificou a qualidade dos equipamentos, em 7 de julho.
Para Clayton Silva, as máscaras adquiridas estão em desconformidade com as normas técnicas da ABNT, bem como as orientações contidas na Resolução RDC n° 379/20, da ANVISA. “Trata-se de um produto imprestável, que coloca em risco nossos profissionais. É nítido que essas máscaras não servem, pois não possuem qualquer tipo de filtragem. É possível ver minha mão do outro lado das camadas de tecido e, mesmo assim, elas estão sendo distribuídas para os profissionais que estão na linha de frente”, comentou.
Segundo o parlamentar, os valores pagos pela Prefeitura para compra dos produtos estão acima do que é praticado no mercado. “Ao analisar as notas de pagamento, notei que foram pagos R$ 3, por unidade. Contudo, em rápida pesquisa de preços com diversos fornecedores, observei que o valor médio oferecido ficou entre R$ 1 a R$ 1,50, por unidade, dependendo da quantidade encomendada”, descreveu.
O vereador explicou que comprou uma máscara em uma drogaria para apresentar à população, durante sua transmissão, e comprovar a diferença na qualidade e no preço.
Ele informou que “todo o material, bem como a documentação juntada, serão encaminhados para a autoridade competente, visando a melhor apuração e investigação do caso”.
*Informações do Gabinete Parlamentar