Autoridades foram convidadas a falar em Tribuna
O secretário de Saúde Vitor Santos foi convidado a usar a palavra, na sessão ordinária dessa segunda-feira, 2 de março, para falar à população sobre o coronavírus, situação da dengue no município e a judicialização de medicamentos, tema que também foi tratado por Daniel de Campos, secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura.
Coronavírus
Vitor Santos explicou que a Secretaria de Saúde está preparada para o enfrentamento do COVID-19, conhecido como coronavírus. De acordo com ele, há cerca de um mês, por orientação do prefeito Mario Botion, os funcionários da secretaria, os diretores clínicos dos hospitais e os médicos de infectologia estão se reunindo para melhor entendimento e interpretação da evolução da doença e das recomendações da Organização Mundial de Saúde, do Ministério da Saúde e Secretaria do Estado da Saúde. “Importante dizer que criamos um protocolo, compartilhado entre os hospitais”, contou.
Em Limeira dois casos de suspeita de coronavírus foram notificados, ambos vindos da Itália, país em que a doença tem se desenvolvido rapidamente e que, de acordo com Vitor, é um forte ponto turístico de grande parte da população do estado de São Paulo. “O primeiro caso notificado não se confirmou, se tratava apenas de uma gripe”, relevou.
Os sintomas do vírus, segundo Vitor, são febre, dificuldade respiratória, secreções e tosse, mas só devem alarmar se tratando de pacientes que tenham tido contato com pessoas que chegaram ao Brasil de países como China, Coreia, Japão, Itália e Áustria.
Nestes casos, Vitor informou que o paciente que procurar os serviços médicos será qualificado dentro do protocolo de atendimento recomendado e, se não indicar situação grave de falta de ar, será aconselhado a permanecer em casa, isolado em ambiente familiar, até resultado de diagnostico.
O motivo do isolamento residencial e não hospitalar, justificou Vitor, é por se tratar de uma doença com características benignas, que assim como outras viroses respiratórias, costumam apresentar dificuldades apenas em pacientes mais velhos, crianças pequenas e imunodeprimidos.
“O nosso pedido é que as famílias com parentes em transição pela Europa e que retornarão ao Brasil, informem a Secretária de Saúde para que a Vigilância Sanitária possa entrar em contato antes destes chegarem ao país, de forma a tomar as medidas necessárias antes”, demandou Vitor.
Para o secretário, trata-se de uma doença que se diluirá como outras viroses respiratórias e que em alguns meses haverá possibilidade de uma vacina comercialmente implementada.
Dengue
Além do coronavírus, outra doença discutida na cidade é a dengue, transmitida pela fêmea Aedes aegypti, um mosquito que se multiplica em depósitos de água parada e que deve ser, de acordo com Vitor, a maior preocupação do município. “Há mais de 10 anos, a Secretaria de Saúde trabalha educando e orientando as pessoas a cuidarem de suas casas, porque 90% da difusão acontece nos lares e nós não temos pessoal suficiente para realizar visitas todos os dias”, relatou.
Em 2019, o prefeito Mario Botion criou o Gabinete de Prevenção e Emergência no combate ao Aedes aegypti com o objetivo de acompanhar de maneira mais intensa o quadro epidemiológico no município e as ações de controle do vetor que, de acordo com Vitor, neste ano será mantido. “Neste mês, faremos grandes mutirões, envolvendo todos os funcionários da Prefeitura, para nos ajudar nas visitas e orientações”, contou.
Judicialização
Sobre a judicialização de medicamentos, o secretário Vitor Santos informou que mais uma etapa foi vencida. De acordo com ele, a cidade está há quase um ano com quase nenhum remédio em falta. “A escassez de medicamentos era uma questão crônica em vários municípios, trazido à tona com frequência pela mídia e nós resolvemos a questão com uma metodologia muito simples, que foi mudar a forma de compras”, explicou.
De acordo com o secretário, a Prefeitura criou ao longo do tempo uma cesta que permite saber a quantidade de medicamentos que devem ser oferecidos e, por isso, as compras estão sendo de forma previamente estabelecida. Em março comprarão o medicamento necessário até agosto, em junho farão uma revisão de medicamentos para saber quais podem ser inseridos ou retirados e realizarão as compras necessárias até dezembro e em outubro, novamente revisarão a demanda de medicamentos para compras até abril.
As decisões tomadas nas revisões, segundo Vitor, são passadas para o Conselho Municipal de Saúde, de forma a inseri-lo na política pública de distribuição de medicamentos.
Alguns medicamentos fogem da cesta de controle feita pela Prefeitura, explicou Vitor. “São remédios de alto custo que o Estado é responsável pela compra, mas que muitas vezes cai para responsabilidade da Prefeitura, que só pode compra-los a partir de mandato judicial”, alegou.
Além disto, o secretário informou que há uma reserva técnica adquirida a cada compra, garantindo um estoque em caso de ruptura de fornecimento pelo período de 60 dias.
O secretário de Assuntos Jurídicos da Prefeitura Daniel de Campos também usou a palavra para discorrer sobre o assunto. De acordo com ele, a judicialização de medicamentos foi reduzida em 70%, representando um salto na qualidade de prestação do serviço público. “Os 30% restantes são medicamentos que não estão na cesta ou são importados, ou ainda coisas que não se referem a medicamentos propriamente ditos, como equipamentos da área médica, próteses e cirurgias”, informou.
Acompanhe na íntegra o pronunciamento dos secretários: http://bit.ly/2TMDSeD