População, Executivo, Legislativo, Diocese, hospitais e classe médica discutem medidas e ações relacionadas à situação atual enfrentada pela cidade
A audiência pública com o tema “Dengue no município de Limeira: situação atual e prevenção” apresentou ações e medidas que têm sido tomadas pelos mais diferentes órgãos relacionados à saúde na cidade. A atividade, organizada pela Comissão Permanente de Saúde, Lazer, Esporte e Turismo, da Câmara, ocorreu na noite desta quarta-feira, 11, no Plenário Vereador Vitório Bortolan. Além de representantes do Executivo, Legislativo, Diocese, hospitais e classe médica, cerca de 100 pessoas acompanharam as discussões, dividindo críticas e elogios à atuação da administração pública quanto ao combate à dengue.
De acordo com o secretário da Saúde, Luiz Antônio da Silva, é preciso que o combate à dengue seja transformado numa tarefa diária. “Nós estatizamos demais a dengue, responsabilizando apenas o Estado sobre as ações de enfrentamento à doença”, disse. Ele também apresentou ações e medidas defendidas pela Prefeitura acerca da situação atual, números sobre a realização do “Dia D”, realizado na última sexta-feira, 6, que contará com nova edição nesta sexta, 13, e dados relacionados às características da epidemia enfrentada por Limeira. “Quem trabalha, tem o dobro de chances de ter dengue. Já para quem armazena água em casa, as chances triplicam”, completou. Hoje a cidade com 3763 casos notificados positivos de dengue.
Além do secretário, a médica infectologista, Maria Beatriz Bonin Caraccio, também apresentou suas considerações sobre o combate à dengue, logo no início da audiência. “Se a gente trabalhar pela eliminação dos criadouros, não haverá epidemia, porque não haverá mosquitos. É preciso que cada um faça a sua parte”, comentou.
Além de Silva e Maria Beatriz, ocuparam lugares no Plenário o assessor de comunicação da Diocese de Limeira, Marco Antonio Erbeta; o diretor presidente da Unimed, Carlos Roberto Nogueira dos Santos; o diretor presidente da Medical, João Carlos Rodrigues Almeida; a gerente administrativa da Santa Casa, Mariana Pelegrinotti Danella; e o coordenador dos clínicos do P.A. da Sociedade Operária Humanitária, Marco Antonio Dalfré. Todos os vereadores da Comissão de Saúde, presidida por Dra. Mayra Costa (PPS), participaram. Fazem parte do grupo ainda Aloízio Marinho de Andrade (PT – vice-presidente), Sidney Pascotto (Lemão da Jeová Rafá – PSC - secretário), Lucineis Aparecia Bogo (Lu Bogo – PR – membro) e Luís Fernando Silveira (Luisinho da Casa Kühl – PSDB - membro). Os parlamentares Jorge de Freitas (SDD), Wilson Cerqueira (PT), José Roberto Bernardo (Zé da Mix – PSD), professor José Farid Zaine (Pros), José Eduardo Monteiro Júnior (Jú Negão – PSB), Ronei Martins (PT), Erika Tank (Pros), professora Érika Monteiro (PT), André Henrique da Silva (Tigrão – PMDB) e Antônio Franco de Morais (Toninho Franco – PR) também marcaram presenças.
Dalfré, da Humanitária, pontuou que a situação é complexa. “As equipes estão no limite, já que houve o acréscimo de 40% de atendimentos, não havendo ampliação dos profissionais, o que já foi solicitado por nós”, declarou.
Da Unimed, Carlos Roberto Nogueira dos Santos disse que o momento agora é de unir forças. “Vamos esquecer a parte política e a concorrência, e colaborar para que a cidade saia desta situação. Depois, é preciso que dialoguemos para que as falhas sejam detectadas e, principalmente, não repetidas”, finalizou.
QUESTIONAMENTOS
Críticas e elogios à atuação da Secretaria da Saúde foram levantadas pelos cidadãos que participaram da audiência. Outros assuntos e questionamentos também surgiram, como os dados relacionados ao Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), o treinamento dos agentes de saúde no combate à dengue, a implementação de um protocolo de política pública contínua contra a dengue e as ações atuais na área rural sobre a doença.
Dra. Mayra Costa também leu um comunicado enviado à Comissão de Saúde, do deputado federal Miguel Lombardi (PR), reforçando que o mandato dele também está empenhado em concentrar ações de gestão junto aos órgãos federais para que, neste cenário, recursos financeiros e humanos sejam enviados para colaborar com o combate à dengue.
Conforme relatado por Miguel, na última sexta-feira, 6, houve uma reunião entre o ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, em que ficou decidido que todas as ações serão de perfil macrorregional, conjuntamente, para evitar desequilíbrio de medidas, uma vez que a doença se propaga também por trânsito de pessoas de cidade a cidade. “Em breve essas medidas serão anunciadas para combater a epidemia que o Estado de São Paulo enfrenta”, registrou o deputado federal.
POSITIVO
“Todas as discussões, favoráveis ou contrárias, são importantes para que seja lançada luz diante destes fatos lamentáveis que estamos assistindo em relação à dengue. O saldo da audiência, portanto, foi positivo”, declarou Dra. Mayra assim que a atividade chegou ao final. Para ela, a Câmara colabora como pode, debatendo um tema que tem fragilizado a população e desafiado todos os setores da sociedade, que se mostram unidos nesta luta. “Por mais que, em alguns momentos, as falas tenham sido mais acaloradas, penso que todos os presentes buscam contribuir com a causa. Além de prevenirmos, temos que evitar que novas falhas, de todos os setores, inclusive nossas mesmas, enquanto cidadãos, voltem a acontecer. É essa a nossa função”, completou a presidente da Comissão de Saúde.