Em visita à Coopereli, colegiado descobriu que houve queda na entrega desses materiais à cooperativa
Nesta quinta-feira, 13 de julho, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara visitou as instalações da Cooperativa de Reciclagem de Limeira (Coopereli). O objetivo foi verificar a rotina e conhecer as demandas e necessidades dos trabalhadores. “Estou impressionada negativamente”, afirmou a presidente do colegiado, Tatiane Lopes. Segundo ela, o serviço prestado pela cooperativa é de grande utilidade pública para a cidade e para o meio ambiente, por isso precisa de mais incentivo e apoio do Poder Público.
Além de Tatiane Lopes, o vereador Airton do Vitório Lucato (PL), vice-presidente da Comissão, e a vereadora Constância Félix (PDT) foram recebidos pela presidente da cooperativa, Rose Mirian Brito, e pelos demais cooperados.
A Coopereli foi fundada há 20 anos e é a única cooperativa de reciclagem de lixo da cidade, atualmente possui 12 cooperados, mas já chegou a ter mais de 40. O motivo da diminuição da quantidade de trabalhadores está diretamente ligado à redução da quantidade de materiais encaminhados pela Prefeitura à entidade.
Materiais recicláveis
De acordo com Rose, há alguns anos três caminhões faziam a coleta de lixo reciclável na cidade e eram encaminhadas para a cooperativa aproximadamente 60 toneladas de materiais por mês. Hoje, somente um caminhão faz a coleta, que entrega cerca de 20 toneladas de materiais por mês. “Houve uma redução muito grande, o que recebemos não é suficiente para a quantidade de trabalhadores que já temos, por isso não podemos aumentar o número de cooperados”, explicou
Rose também disse que a falta de materiais para reciclar fez com que a renda dos cooperados diminuísse, hoje eles possuem uma renda média de R$1.200,00 cada, porém é variável e pode ser menor e faz com que eles não possam despender de parte do valor para contribuir com a Previdência Social e ter uma garantia de aposentadoria no futuro. “A gente também não contribui com o INSS porque o dinheiro não dá e porque temos medo de perder o auxílio alimentação da Prefeitura ou o Bolsa Família, que são nossas únicas garantias financeiras, pois a renda aqui é variável e não temos garantia se vamos receber o suficiente para o nosso sustento”, disse uma das cooperadas.
Os vereadores ficaram muito preocupados com a redução do número de caminhões a prestarem o serviço e consequentemente com a redução do material entregue para a cooperativa. “Para onde está indo esse material, será que está indo para o Aterro? ”, questionou Tatiane. Os vereadores justificaram a preocupação por conta do tamanho da população de Limeira, que provavelmente produz uma grande quantidade de lixo diariamente, e se o material reciclável não está sendo separado do lixo comum, ele pode estar indo em sua grande maioria ao Aterro Sanitário da cidade, o que diminuirá a capacidade dele ao longo dos anos.
Para entender o que está acontecendo, a Comissão vai elaborar requerimentos com questionamentos à Prefeitura sobre a diminuição da coleta seletiva e também vai programar uma visita ao Aterro Sanitário em breve. “Nós vamos fiscalizar e descobrir o que está acontecendo com o lixo da cidade”, pontuou Tatiane.
Demandas
Segundo a presidente da Coopereli, há muitas melhorias que precisam ser feitas no local, como a pavimentação de parte do terreno onde ficam os grandes sacos de materiais e colocar cobertura, o conserto da esteira e do elevador de materiais que estão quebrados há anos, manutenção das prensas e dos portões e trocar as lâmpadas do barracão de separação de materiais. No entanto, a entidade não tem condições financeiras de custear tudo isso, afirmou.
Rose relatou aos vereadores que a cooperativa tem uma dívida antiga, já negociada, pela concessão do terreno e também precisa arcar com os custos de iluminação, o que impacta ainda mais na renda dos cooperados. Os vereadores ressaltaram que a Coopereli, deveria receber mais incentivos e apoio do Poder Público. “ Essa é a única cooperativa de reciclagem da cidade e ela presta um serviço essencial para o município e para o meio ambiente”, destacou Tatiane.
Doações
Além de receber os materiais recicláveis da Prefeitura, também é possível que a população doe os materiais recicláveis diretamente para a cooperativa, que fica na Rua Antônio de Luna, 1323, no Parque Aeroporto.
A cooperativa tem trabalhadores capacitados para desmontar lixo eletrônico, como computadores, por exemplo, mas esses materiais nunca chegam até eles, apesar de poderem ser bem aproveitados pelos cooperados.
A falta de equipamentos de proteção individual (EPI) também é um problema. Segundo Rose, há algum tempo atrás a cooperativa recebeu uma doação de EPI’s, mas eles já acabaram.
Comissão
São responsabilidades da Comissão de Meio Ambiente fiscalizar a implementação de políticas públicas com temática relacionada à legislação de defesa do meio ambiente, agricultura, recursos hídricos, saneamento, poluição ambiental, flora, fauna, controle e proteção animal, solo e desenvolvimento sustentável. Compete ainda ao colegiado receber denúncias de violação dos direitos dos animais, além de estudar e propor alterações na legislação ambiental.
Fazem parte do colegiado os vereadores Tatiane Lopes (Podemos), presidente; Airton do Vitório Lucato (PL), vice-presidente, e Helder do Táxi (MDB), secretário. As reuniões ocorrem às quintas-feiras, às 15h.